Os estudos prosódicos no atlas linguístico do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n0a23278Resumo
O presente artigo tem como propósito dar notícia dos estudos prosódicos que vem sendo desenvolvidos no âmbito do Projeto Atlas Linguístico do Brasil e que geraram, inclusive, as duas cartas de prosódia do Volume 2 do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Como base teórica, empregou-se a fonologia prosódica (NESPOR e VOGEL, 1986) para delimitar a unidade de estudo e a fonologia entoacional (PIERREHUMBERT, 1980) para a interpretação fonológicados dados. Fez-se uso do aparato metodológico oferecido pela fonética experimental para a fase de análise acústica, empregando-se como instrumento computacional o programa PRAAT. Três estudos que observam a entoação regional tiveram por foco o falar das capitais documentadas pelo Projeto ALiB: o estudo de Silva (2011) revelou três diferentes padrões prosódicos para
os enunciados interrogativos totais (do tipo Você vai sair hoje?); o estudo de Silvestre (2012) revelou 5 diferentes padrões prosódicos para os enunciados assertivos (do tipo Você vai sair hoje.); e o estudo de Cunha et al (2016) revelou dois padrões distintos para os enunciados imperativos (do tipo Você vai sair hoje!). Os resultados apontam a existência de algumas áreas
cujo comportamento prosódico tende a ser coincidente, como uma faixa ao Nordeste do país, marcada pela presença de um contorno H*__ H+L*L% nos enunciados assertivos, em que se percebe uma proeminência do acento prenuclear, e de um contorno L+H*__ L+H*H% nas interrogativas totais neutras, em que o acento nuclear, ao contrário do que se revela como padrão
no país, termina com um tom alto.
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